C O N F E D E R A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E C I N O F I L I A
Filiada à Fédération Cynologique Internacionale
Classificação F.C. I.:
Grupo 2 - Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Boiadeiros e Montanheses
Suíços e raças assemelhadas.
Seção 2 - Molossóides
2.1 - Tipo Mastife
Padrão FCI no 235 - 09 de agosto de 2002.
País de origem: Alemanha
Nome no país de origem: Deutsche Dogge
Utilização: Escolta, guarda e proteção
Sem prova de trabalho
Sergio Meira Lopes de Castro
Presidente da CBKCDomingos Josué Cruz Setta
Presidente do Conselho Cinotécnico
Tradução: Suzanne Blum
Impresso em: 01 de julho de 2003.
DOGUE ALEMÃO
NOMENCLATURA CINÓFILA UTILIZADA NESTE PADRÃO
03 - Stop 15 - Metatarso 27 - Ponta do ombro
04 - Crânio 16 - Patas
05 - Occipital 17 - Joelho
06 - Cernelha 18 - Linha inferior
07 - Dorso 19 - Cotovelo a - profundidade do peito
08 - Lombo 20 - Linha do solo
09 - Garupa 21 - Metacarpo b - altura do cotovelo
10 - Raiz da cauda 22 - Carpo
11 - Ísquio 23 - Antebraço a + b = altura do cão
12 - Coxa 24 - Nível do esterno na cernelha
RESUMO HISTÓRICO:
Como ancestral do atual Dogue Alemão, temos o velho Bullenbeisser, que é o meio termo entre o poderoso Mastiff e o ágil Windhund (Galgo). Por Dogue, entende-se um cão grande e forte sem necessidade de pertencer a alguma raça específica. As denominações posteriores, Ulmer Dogge, Englische Dogge, Dinamarques Grande, Hatzrüde, Saupacker e Gross Dogge foram utilizadas em função da cor e do tamanho. No ano de 1878, em Berlim, foi criada uma comissão de sete pessoas, desde criadores até árbitros, profundamente comprometida com essa matéria.
Sob a direção do Dr. Von Bodinus, a comissão tomou uma posição em relação à denominação de todas essas variedades sob o nome “Deutsche Dogge”, tendo sido a pedra fundamental para a criação e a formação de uma raça canina alemã independente. Em 1880, Berlim, por ocasião duma exposição canina, foi elaborado o primeiro padrão da raça Dogue Alemão.
Desde 1888, o “Deutsche Doggen-Club 1888 e V” trata dos assuntos pertencentes à raça, mantendo constantemente o padrão revisado, tendo sofrido desde essa época diversas alterações. O formato desse padrão hoje segue as normas e modelos da FCI.
APARÊNCIA GERAL :
o Dogue Alemão reúne, em sua nobreza, uma constituição grande, forte e bem estruturada: altivez, força e elegância. Devido a essa substância aliada à nobreza, à harmonia de sua figura, a uma estrutura bem proporcionada, assim como, à peculiar expressão de sua cabeça, que impressiona o espectador como uma escultura nobre, o DOGUE ALEMÃO é o Apolo entre as raças caninas.
PROPORÇÕES IMPORTANTES :
a estrutura se afigura quase quadrada, o que se observa, particularmente, nos machos. O comprimento do tronco (da ponta do esterno à ponta do ísquio) para os machos deve ser, no máximo, 5% maior que a altura na cernelha, e para as fêmeas nunca deverá ultrapassar os 10% .
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO:
amistoso, carinhoso e apegado para com seus donos, principalmente para com as crianças; reservado com estranhos. Auto-confiante, corajoso, de fácil condutibilidade, dócil, excelente cão de companhia e de família, com alto limiar de excitação, sem comportamento agressivo.
CABEÇA
Crânio: em harmonia com a aparência geral; cabeça longa, estreita, expressividade marcante, sutilmente cinzelada [principalmente na região (1b) abaixo dos olhos]; arcada superciliar (2a) bem desenvolvida, sem, entretanto, ser protuberante. A distância da ponta da trufa (4) até o stop (3) é de preferência igual à distância do stop ao occipital (5) que é levemente marcado. As linhas superiores do focinho (1a) e do crânio (2b) são paralelas. Vista de frente, a cabeça deve parecer estreita embora a face dorsal da cana nasal (1c) seja larga e a musculatura das faces moderadamente marcada, jamais grosseira.
Stop: nitidamente marcado.
Trufa: bem desenvolvida, mais para larga do que para redonda, com narinas bem abertas. Deve ser preta, com exceção da variedade arlequim. Para esses, uma trufa preta, manchada, ou mesmo toda cor de carne é tolerável. Na variedade azul, a trufa é de cor antracita (negro diluído).
Maxilares / Dentes: maxilares largos e bem estruturados. Dentes fortes e saudáveis. Mordedura em tesoura. Dentição completa de acordo com a fórmula dentária (42 dentes).
Olhos: de tamanho médio, com expressão inteligente e amistosa, de preferência escuros, de forma amendoada, com pálpebra s bem aderentes. Nos dogues azuis, olhos ligeiramente mais claros são admitidos. Nos Arlequins, olhos claros ou de duas cores são admitidos.
Orelhas: naturalmente caídas, inseridas altas, de tamanho médio, as dobras frontais rentes às bochechas.
PESCOÇO: longo, seco e musculoso, bem inserido, diminuindo suavemente em direção à cabeça, com uma linha superior levemente arqueada. Portado erguido e ligeiramente inclinado para a frente.
TRONCO
Cernelha: é o ponto mais alto da linha superior do seu poderoso tronco. Deve ser construída com a escápula, sobressaindo da linha superior.
Dorso: curto e reto, ligeiramente descendente para a garupa em uma linha quase reta.
Flancos: ligeiramente arredondados, largos, bem musculados.
Garupa: larga, fortemente musculada, caindo levemente do ílio à inserção da cauda, fundindo-se imperceptivelmente nela.
Peito: atingindo os cotovelos, costelas bastante arqueadas se estendendo bem para trás. O peito é de boa largura com antepeito bem definido.
Linha inferior: ventre bem esgalgado; com a face inferior do tórax fazendo uma linha inferior bem delineada.
CAUDA: atingindo a ponta do jarrete. Inserida alta, é larga na raiz e afina em direção à ponta. Em repouso, portada caída com uma curva natural; em estado de excitação, portada em forma de sabre, mas não muito acima da linha do dorso. Cauda em escova é indesejável.
MEMBROS ANTERIORES
Ombros: fortemente musculosos. A escápula é longa e plana, formando com o braço um ângulo aproximado de 100° a 110°.
Braços: fortes e musculosos, bem aderentes, deveriam ser um pouco mais longos do que a escápula.
Cotovelos: não virando nem para fora nem para dentro.
Antebraços: fortes, musculosos; vistos de qualquer ângulo, retos.
Carpos: fortes, resistentes, não muito ressaltados do prumo do braço.
Metacarpos: fortes; visto de frente, retos e de perfil, levemente inclinados.
Patas anteriores: arredondadas, dedos bem arqueados e bem fechados (pés de gato).
Unhas curtas, fortes, de preferência escuras.
MEMBROS POSTERIORES: todo o conjunto da estrutura óssea é bem revestido de musculatura forte que deixa a garupa, a anca e a coxa com uma impressão larga e arredondada. Os posteriores, fortes e bem angulados; vistos por trás, paralelos aos anteriores.
Coxas: longas, largas e bem musculosas.
Joelhos: colocados em forma quase vertical debaixo da articulação coxofemoral.
Pernas: longas, aproximadamente do mesmo comprimento das coxas. Bem musculosas.
Jarretes: fortes, firmes, não virando nem para fora nem para dentro.
Metatarsos: curtos, fortes, quase perpendiculares ao solo.
Patas posteriores: arredondadas; dedos bem arqueados e bem fechados; pés de gato;
unhas curtas, fortes, de preferência escuras.
MOVIMENTAÇÃO: harmônica, flexível, com boa cobertura de solo, ligeiramente elástica. Os membros, vistos por trás e pela frente, movimentam-se em planos paralelos.
PELE: ajustada ao corpo, bem pigmentada nos exemplares unicolores. Nos Arlequins, a pigmentação acompanha a pelagem.
PELAGEM: muito curta e densa, bem aderente e brilhante.
COR:
o Dogue Alemão é criado em 3 variedades independentes:
dourado e tigrado,
arlequim e preto
e azul.
Dourado: do dourado claro até o dourado escuro. Desejável uma máscara preta. Indesejável pequenas manchas brancas no peito e nos dedos.
Tigrado: cor de fundo dourado claro até dourado escuro, com listras pretas claramente definidas e de igual espessura na direção das costelas. Desejável máscara preta. Indesejável pequenas manchas brancas no peito e nos dedos.
Arlequim: cor de fundo branco puro, sem nenhuma mancha pequena preta. Manchas preto profundo, bem distribuídas sobre todo o corpo, de fowoato irregular. As manchas acinzentadas ou amarronzadas são indesejáveis.
Preto: no preto profundo, manchas brancas são permitidas, como também nos exemplares MANTADOS se tiver o manto todo negro no corpo; focinho, pescoço, peito, ventre, pernas e ponta da cauda podem ser brancos. Como também Dogue com cor básica branca com grandes manchas pretas (PLATTENHUNDE).
Azul: no azul-aço puro, marcas brancas no peito e nas patas são permitidas.
TAMANHO:
ideal na cernelha: Machos: no mínimo 80 cm.
Fêmeas: no mínimo 72 cm.
Qualquer desvio dos termos deste patrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade, conforme se segue:
Aparência geral: ausência das características sexuais definidas; falta de harmonia; muito leve ou muito grosseiro.
Caráter: falta de autoconfiança; nervosismo e limiar baixo de excitação.
Cabeça: falta de paralelismo entre o crânio e o focinho; cabeça de maçã; cabeça cuneiforme; pouco stop e hipertrofia muscular das faces.
Focinho: afilado; lábios pouco pendentes e pesados; cana nasal côncava ou convexa ou nariz romano.
Dentes: qualquer falta dentária (tolerado somente a falta do Pl inferior); desalinhamento dentário (incisivos), mesmo que a mordedura permaneça correta; dentes muito pequenos.
Olhos: pálpebras frouxas (ectrópio); conjuntiva muito avermelhada; olhos claros, de expressão dura e de cor amarelo-âmbar; olhos porcelanizados ou olhos de cores diferentes nos unicolores. Olhos muito separados ou achinesados. Olhos salientes ou inseridos profundos.
Orelhas: inseridas muito altas ou muito baixas. Porte afastado das faces ou demais aderentes.
Pescoço: curto, grosso, pescoço de cervo, muita pele solta ou barbela.
Dorso: selado ou carpeado, muito longo; linha superior ascendente em direção à garupa.
Garupa: muito caída ou plana.
Cauda: muito grossa, muito longa ou curta; inserida muito baixa ou muito alta, acima da linha do dorso, portada em gancho ou enrolada, assim como cauda caída de lado, virada para cima, grossa na ponta ou cortada.
Tórax: costelas achatadas ou em barril; falta de largura de peito ou de profundidade; ponta do esterno muito projetada.
Linha inferior: pouco esgalgada no ventre; tetas não retraídas após o aleitamento.
Anteriores: falta de angulação. Ossatura leve, ossos pobremente musculados. Falta de aprumos.
Ombros: soltos, carregados. Escápula reta.
Cotovelos: soltos, virados para dentro ou para fora.
Antebraços: arqueados, fora do prumo dos carpos.
Carpos: proeminentes, cedidos, dobrados para frente.
Metacarpos: muito angulados ou muito retos.
Posteriores: angulações muito abertas ou muito fechadas. Jarretes de vaca, muito juntos ou muito afastados.
Jarretes: distendidos ou instáveis.
Patas: achatadas, espalhadas, longas, ergôs.
Movimentação: pouca cobertura de solo; movimentação presa; passo de camelo; falta de equilíbrio no movimento entre anteriores e posteriores.
Pelagem: pêlo duplo (grosso, pêlo curto), pêlo fosco.
Cor
• Dourado: cor acinzentada, azulada, isabela ou amarelo sujo.
• Tigrado: cor de fundo azul prata ou isabela, listras esmaecidas.
• Arlequim: cor de fundo salpicada de azul acinzentado, manchas grandes amarelo- acinzentado ou azul-acinzentado.
• Preto: preto-amarelado, amarronzado ou azulado.
• Azul: azul-amarelado ou empretecido.
DEFEITOS GRAVES:
Temperamento: timidez.
Mordedura: torquês.
Olhos: entrópio ou ectrópio.
Cauda: quebrada.
DEFEITOS DESQUALIFICANTES:
Temperamento: agressividade; mordedor de medo.
Nariz: leporino; cor fígado.
Maxilares / Dentes: prognatismo superior e inferior; torção de mandíbula.
COR:
- Dourados e tigrados: com manchas brancas na testa, em volta do pescoço, nas patas (meias), na ponta da cauda.
- Azuis: idem aos dourados e tigrados.
- Nos Dogues Arlequins: branco sem qualquer mancha preta (Albinos) assim como Dogues surdos; os assim chamados ‘tigres-porcelana’ (esses apresentam predominantemente manchas azuis, cinzas, douradas ou ainda tigradas); os assim chamados ‘tigres cinza’ [= Merles] (estes possuem uma pigmentação preta sobre uma base de cor cinza) [grifo meu]